9 de julho de 2015

Noite

Úmido gosto de terra,
Cheiro de pedra lavada
– Tempo inseguro do tempo! –
Sombra do flanco da serra,
Nua e fria, sem mais nada.


Brilho de areias pisadas,
Sabor de folhas mordidas,
– Lábio da voz sem ventura! –
Suspiro das madrugadas
Sem coisas acontecidas.


A noite abria a frescura
Dos campos todos molhados,
– Sozinha, com o seu perfume! –
Preparando a flor mais pura
Com ares de todos os lados.


Bem que a vida estava quieta.
Mas passava o pensamento…
– De onde vinha aquela música?
E era uma nuvem repleta,
Entre as estrelas e o vento.

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